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Resultados Parciais da pesquisa sobre gênero e poder nas redes sociais online (Part. I)

Publicado por:

Arienny Carina

A pesquisa teve como origem relatos e denúncias de assédio sexual praticado por professores contra discentes do sexo feminino do IFPA, Campus Belém. Além de vários processos administrativos não finalizados na instituição que envolviam assédio por parte de docentes, também impulsionaram o estudo e discussão sobre esse tema.  Sob esse viés, o objetivo primordial da pesquisa foi investigar como ocorre a dinâmica do assédio sexual no ciberespaço, em específico nas redes sociais online. A fim de compreender os fatores sociais, culturais e institucionais que favorecem a sua ocorrência.

Os resultados parciais elucidaram uma possível preferencia dos assediadores por alunas menores de idade do ensino básico, onde o Facebook e o WhatsApp foram as redes sociais mais utilizadas para as interações de assédio sexual. Dessa forma, foi possível concluir, provisoriamente, padrões de comportamento nos assediadores, onde as primeiras tentativas do assédio iniciavam com elogios, curtidas, envio de mensagens invasivas e comentários em fotos nas redes sociais das estudantes, para então, cometerem o assédio de forma presencial. Também foi possível identificar que a maioria dos assediadores apresentavam um comportamento persuasivo e desrespeitoso durante as práticas de assédio nas redes sociais, envolvendo beneficiamento acadêmico, financeiro ou social em troca de favores sexuais das discentes que aceitassem. Atitudes dessa natureza são imorais e vão contra os princípios constitucionais previstos na Constituição Brasileira.

De acordo com o sociólogo Pierre Bourdieu, existem certos “habitus” dos homens que reforçam violências de gênero, às quais se referem aos padrões de comportamento, pensamento e percepção internalizados pelos indivíduos como resultado de suas experiências sociais. No contexto hieráquico entre professor e aluna, o habitus molda as práticas cotidianas que sustentam as hierarquias de gênero, reproduzindo violências, como o assédio sexual, mesmo que no ambiente virtual.

O autor explora a ideia de “violência simbólica”, referindo-se aos mecanismos de estruturas sociais, como a linguagem, normas e valores, que são utilizadas para legitimar e naturalizar relações de poder do assediador. Ele argumenta que a dominação masculina é mantida e reforçada por meio dessa violência simbólica, que muitas vezes passa despercebida ou é negligenciada.

🇬🇧 The research was based on reports of sexual harassment perpetrated by teachers against female students. As a result, the dynamics of sexual harassment were investigated, with the results showing that the harassers preferred underage elementary school students. It was also identified that the majority of them behaved in an abusive manner, involving academic, financial or social gain in exchange for sexual favors from the students who accepted them.

🇪🇸 La investigación se basó en denuncias de acoso sexual por parte de profesores contra alumnas. Como resultado, se investigó la dinámica del acoso sexual, y los resultados mostraron la preferencia de los acosadores por alumnas de primaria menores de edad. También se identificó que la mayoría de ellos mostraba un comportamiento abusivo, que implicaba beneficios académicos, económicos o sociales a cambio de favores sexuales por parte de las alumnas que los aceptaban.

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