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Análise do livro “A máquina do ódio” (Mello, 2020)

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por Christiane Ramos, bolsista de extensão do Labtec

Máquina do Ódio: notas de uma repórter sobre fake news e violência digital (2020) é um livro de autoria da jornalista Patrícia Campos Mello, publicado pela editora Companhia das Letras. Como o título prenuncia, o objetivo da obra é abordar a maneira pela qual o meio digital pode ser usado como instrumento de ódio e disseminação de notícias falsas, bem como isso pode influenciar as corridas eleitorais. Patrícia Campos Mello, repórter da Folha de S. Paulo, recebeu, dentre outras condecorações, o Prêmio Vladimir Herzog, concedido a jornalistas ou meios de comunicação que se destacam na defesa de direitos fundamentais, como a Democracia e Direitos Humanos.

Na introdução de Máquina do Ódio,  a jornalista conta o que a levou a abordar a temática. Em 2018, concorriam à presidência da República os candidatos do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, pelo Partido Social Liberal. Patrícia Campos Mello publicou, dez dias antes da votação, uma reportagem que denunciava o disparo em massa de mensagens cujo conteúdo feriam a imagem do candidato do PT. Após essa reportagem, Mello passou a receber ameaças virtuais de apoiadores daquele que se tornou, mais tarde, o presidente da República Brasileira, Bolsonaro.

A obra é dividida em quatro capítulos. O primeiro mostra como o aplicativo Whatsapp, a rede social mais usada no Brasil, tornou-se um campo fértil para a disseminação de informações. O segundo aborda a maneira pela qual os meios digitais podem ser usados para atacar e deturpar a reputação e imagem social de uma pessoa. O terceiro aborda como a propagação de mentiras e a negligência de fatos contribui para a ascensão do Populismo e, por fim, o quarto capítulo trata da guerra empreendida pelo, hoje, presidente da República, Jair Bolsonaro, contra os meios de informação tradicionais, como a televisão e os jornais impressos. 

De maneira intimista (mas, altamente, profissional) contando fatos de seu trabalho e experiências de violência virtual que tem enfrentado após expor estratégias de uso de mídia digitais como ferramenta de legitimação de narrativas que não lidam com o fato, Campos de Mello consegue atingir um universo de leitores diversificado. Trabalha de maneira didática a relação entre a produção de notícias falsas e a captação de mídias virtuais por políticos populistas, cujo objetivo é atingir cada vez mais um público que pode não estar preparando para questionar a fabricação de informações e problematizar os interesses por trás dessas práticas ilegais de uso de fake news e disseminação do ódio. 

🇬🇧 Hate Machine: a reporter’s note about fake news and digital violence, published in 2020 by Companhia das Letras, is a book written by Folha de S. Paulo reporter, Patrícia Campos Mello. Inspired by the events that occurred during the presidential race in Brazil in 2018, the work addresses in a didactic way the relationship between the spread of fake news, hate, and the rise of populist politicians.
🇪🇸 La máquina del odio: apuntes de un reportero sobre las noticias falsas y la violencia digital, publicado en 2020 por Companhia das Letras, es un libro escrito por la reportera de Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello. Inspirada en los sucesos ocurridos durante la carrera presidencial en Brasil en 2018, la obra aborda de forma didáctica la relación entre la difusión de las noticias falsas, el odio y el ascenso de los políticos populistas.

Referência

MELLO, Campos Patrícia. Máquina do Ódio: notas de uma repórter sobre fake news e violência digital. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

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