Wagner Correa Cardoso, Pesquisador do NUPEC
Apesar da garantia constitucional da liberdade religiosa, o Brasil demonstra uma profunda violação desse direito, com um aumento de 45% nos crimes motivados por discriminação religiosa em 2022, segundo o “II Relatório sobre Intolerância Religiosa”. As religiões de matriz africana são as principais vítimas desses ataques, que se intensificam no ambiente virtual. O projeto “Respeite o meu Terreiro” registrou 2.813 denúncias em um curto período no mesmo ano.
A internet tem se tornado um terreno fértil para a disseminação do ódio e da discriminação, alimentados por fanatismo religioso e acusações infundadas. A situação se agrava quando figuras públicas, autoridades e líderes religiosos cristãos usam suas plataformas para disseminar preconceitos e incitar a violência.
O Estado brasileiro, embora se declare laico, demonstra uma postura contraditória, tolerando e, em alguns casos, incentivando o racismo religioso. No Pará, a invisibilidade das religiões africanas nos veículos de comunicação é notória. Enquanto que no passado os jornais demonstravam um discurso sensacionalista, hoje, para evitar cancelamento, optam pelo silenciamento e pela falta de representatividade, o que contribui para a perpetuação da intolerância e alimenta a prática.
O racismo religioso está enraizado em preconceitos raciais contra as religiões afro-brasileiras, transcendendo a esfera individual e manifestando-se em diversas áreas da sociedade. Isso resulta em exclusão social, marginalização, restrição da liberdade religiosa e danos psicológicos e emocionais.
🇬🇧 In Brazil, despite the constitutional guarantee of religious freedom, has seen a 45% increase in crimes motivated by religious discrimination in 2022, with African religions as the main victims of these attacks. In Pará, the invisibility of African religions in the media is notorious. Religious racism is rooted in racial prejudice against Afro-Brazilian religions, going beyond the individual sphere and manifesting itself in various areas of society.
🇪🇸En Brasil, a pesar de la garantía constitucional de la libertad religiosa, en 2022 aumentaron en un 45% los crímenes motivados por discriminación religiosa, siendo las religiones africanas las principales víctimas de estos ataques. En Pará, la invisibilidad de las religiones africanas en los medios de comunicación es notoria. El racismo religioso tiene sus raíces en los prejuicios raciales contra las religiones afrobrasileñas, que van más allá de la esfera individual y se manifiestan en diversos ámbitos de la sociedad.
🇨🇳 尽管巴西宪法保障宗教自由，但到 2022 年，出于宗教歧视动机的犯罪行为仍增加了 45%，其中非洲宗教是这些袭击的主要受害者。在帕拉州，非洲宗教在媒体中的隐形性是臭名昭著的。宗教种族主义根源于对非裔巴西宗教的种族偏见，超越了个人领域，表现在社会的不同领域。
Referências:
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