#FERGUSON: Revelando o poder da etnografia de hashtag no protesto digital

Publicado por:

Noel Bittencourt, Tradutor do LABTEC

Os antropólogos Yarimar Bonilla e Jonathan Rosa discutem no artigo intitulado #Ferguson: Protesto digital, etnografia de hashtags e a política racial das redes sociais nos Estados Unidos. No verão de 2014, o tiroteio fatal do adolescente afro-americano desarmado Michael Brown por um policial em Ferguson, Missouri, gerou uma onda de protestos e atividades nas mídias sociais. O estudo explora o surgimento do ativismo de hashtag e seu papel na documentação e contestação da brutalidade policial e da deturpação dos corpos racializados na mídia convencional. Ao examinar o poder das plataformas de mídia social como meio estratégico para desafiar e reinterpretar a dinâmica racial, este estudo combina antropologia linguística e pesquisa de movimentos sociais para investigar a semiótica do protesto digital e o potencial da “etnografia de hashtag”.

A pesquisa analisa a utilização da hashtag #Ferguson e sua reprodução em diferentes plataformas de mídia social, buscando compreender a temporalidade política gerada pelo ativismo de hashtag e como as redes sociais oferecem um espaço para contestação é a reimaginação dos corpos racializados. A hashtag se tornou um símbolo de luta e reuniu milhões de publicações, permitindo que os usuários documentassem a morte, compartilhassem relatos dos protestos e expusessem a resposta violenta da polícia. Através do uso estratégico das hashtags, o movimento conseguiu desafiar as narrativas dominantes, amplificar as vozes marginalizadas e demandar mudanças sociais.

🇬🇧 Bonilla and Rosa’s article discusses the emergence and the evolution of hashtag activism, highlighting the #Ferguson case as an example. The hashtag has become a powerful symbol of contestation and documentation of police brutality and the misrepresentation of racialized bodies. By amplifying marginalized voices and challenging dominant narratives, the movement reveals the potential of social networks as strategic tools for demanding social change and reimagining racial dynamics in the media.

🇪🇸 El artículo de Bonilla y Rosa analiza el surgimiento y la evolución del activismo con hashtags, destacando como ejemplo el caso #Ferguson. El hashtag se ha convertido en un poderoso símbolo de impugnación y documentación de la brutalidad policial y la tergiversación de los cuerpos racializados. Al amplificar las voces marginadas y desafiar las narrativas dominantes, el movimiento revela el potencial de las redes sociales como herramientas estratégicas para exigir el cambio social y reimaginar las dinámicas raciales en los medios de comunicación.

Referência: BONILLA, Yarimar; ROSA, Jonathan. #Ferguson: Digital protest, hashtag ethnography, and the racial politics of social media in the United States. American Ethnologist, Arlington, v. 42, n. 1, p. 4-17, 15 jan. 2015. Disponível em: https://anthrosource.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/amet.12112. Acesso em: 08 abr. 2024.

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