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MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO DE TDIC’S EM BREVES NO MARAJÓ

Publicado por:

Silmara Moura(Pesquisador do NUPEC), Edison Ferreira (Pesquisador do NUPEC) e Breno Alencar (Coordenador do NUPEC),

Resultado de monografia apresentada junto ao Curso de Especialização em Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação Aplicadas ao Ensino do Instituto Federal do Pará campus Breves, a procura lançar luz sobre a trajetória das mulheres no mercado de TDICs na Região do Marajó/PA, com o objetivo de entender como os estereótipos de gênero desde a infância, aliados à socialização diferenciada e à desigualdade salarial, criam barreiras para a participação feminina na educação em tecnologia e no mercado de trabalho, impactando negativamente o desenvolvimento socioeconômico local. O estudo também buscou compreender como a falta de representatividade feminina influencia a progressão profissional das mulheres e compromete o potencial de transformação social e econômica que uma participação equitativa poderia proporcionar, visando à implementação de políticas e iniciativas que promovam a igualdade de gênero e oportunidades na indústria de tecnologia.

A pesquisa adotou uma abordagem baseada em métodos qualitativos, entre eles a aplicação de questionário que foi elaborado e enviado por meio da plataforma Google Forms, direcionado através do aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp, especificamente a 10 mulheres que atuam na área de tecnologia em Breves, porém foram obtidas apenas 3 respostas no período entre 06 a 13 de março de 2024. Este questionário, composto por 10 perguntas, serviu como amostra para a obtenção de respostas acerca do tema. O tratamento das respostas foi feito através da análise do discurso. A bibliografia utilizada para discutir o tema principal teve como base os trabalhos de Saffioti (1992), Bruschini (2007) e  Harding (2008).

A pesquisa demonstrou que disparidade de gênero nas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) tem como uma das principais razões a persistência de estereótipos de gênero, uma vez que meninas são frequentemente direcionadas para brinquedos e atividades consideradas femininas, enquanto meninos são encorajados a explorar interesses em tecnologia e ciências exatas. Essa socialização diferenciada cria uma divisão desde a infância, limitando o acesso das meninas a habilidades e conhecimentos fundamentais para carreiras em TDICs.

Durante a pesquisa, ao interagir com profissionais formadas na área de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) e colaboradoras engajadas na promoção da inclusão feminina deste mercado na cidade de Breves-PA, no Marajó, constatou-se, segundo os relatos obtidos através de questionário, a persistência de disparidade de gênero na indústria tecnológica. Essa disparidade é identificada como uma das causas dos desafios enfrentados por mulheres neste contexto profissional na região.

Quando questionadas sobre experiências de discriminação de gênero no ambiente de trabalho em tecnologia, as participantes compartilharam relatos elucidativos: “Eu mesma já perdi uma vaga de emprego para um homem. Na ocasião, a vaga era para trabalhar no departamento de Tecnologia da Informação de um Hospital Regional. Eu, Engenheira da Computação, especialista em INFORMÁTICA EM SAÚDE, perdi a vaga para um homem que ainda estava então CURSANDO o nível superior […]”, relata uma das entrevistadas.

Outra entrevistada afirma: “É provável que a falta de mulheres na área tecnológica seja consequência da falta de estimulação precoce. Geralmente, os homens desde cedo têm oportunidades de brincar com joguinhos eletrônicos (videogame), enquanto que as mulheres quando crianças são presenteadas com outros brinquedos que não aguçam a curiosidade ou trabalham outras áreas cognitivas, com isso não despertando o interesse pela tecnologia”.

Uma estratégia fundamental para reverter esse quadro é a reformulação dos currículos educacionais para torná-los mais inclusivos e acessíveis a todas as crianças, independentemente do gênero. Isso implica não apenas na integração de conteúdos que inspirem o interesse das meninas em disciplinas STEM, mas também em políticas públicas que promovam a educação e inclusão digital na região do Marajó.

🇬🇧 This paper investigates the participation of women in the field of DICTs in the city of Breves, Marajó Island. The aim was to analyze the challenges they face, including representativeness, gender discrimination and barriers to professional advancement. A qualitative methodology was adopted, using a questionnaire and a literature review. The results point to persistent gender disparities in the technology market, with discrimination and underrepresentation in leadership positions.

🇪🇸 Este trabajo investiga la participación de las mujeres en el ámbito de las TDIC en Breves, en la isla de Marajó. El objetivo era analizar los retos a los que se enfrentan, como la representatividad, la discriminación de género y las barreras a la promoción profesional. Se adoptó una metodología cualitativa, utilizando un cuestionario y una revisión bibliográfica. Los resultados apuntan a la persistencia de disparidades de género en el mercado tecnológico, con discriminación e subrepresentación en puestos de liderazgo.

🇨🇳 这项工作调查了马拉若岛 Breves TDICs 领域妇女的参与情况。目的是分析他们面临的挑战,包括代表性、性别歧视和职业晋升障碍。采用问卷调查和书目审查的定性方法。结果表明,技术市场中的性别差异持续存在,领导职位上存在歧视和代表性不足。

Traduzido por: Noel Bittencourt (noelbittencourt@hotmail.com) e Iury Guerreiro (nadadorblm@hotmail.com)

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