COTTLE. Mediatized rituals: beyond manufacturing consent (2006)

Publicado por:

Adrianne Cristine Saraiva Santos dos Santos

O artigo “Mediatized rituals: beyond manufacturing consent” foi publicado na revista Media Culture and Society (Mídia, cultura e sociedade) em maio de 2006, pelo professor Simon Cottle, da Universidade de Cardiff,  e é um estudo sobre os rituais de mídia.

Nele, o estudo dos rituais midiatizados desafia visões teóricas enraizadas sobre o poder da mídia e seu papel nos processos de produção do consentimento. Para o professor Cottle, os rituais midiatizados nos dizem muito sobre como a mídia intervém regularmente na vida das sociedades contemporâneas e como contribui (de forma negativa e positiva) para a formação de solidariedades plurais ou “públicas”. Assim, o artigo elabora uma conceituação abrangente dos “rituais midiatizados”, no qual Cottle argumenta que esses rituais são mais produtivamente conceituados como uma classe identificável e variada de decretos performativos da mídia em que as solidariedades são convocadas e as ideias morais do “bem social” são instigadas e exercem influência na vida pública das sociedades; não obstante, ele examina como esses fenômenos excepcionais da mídia promovem orientações de como a sociedade poderia ou deveria ser, além de articular um senso de coletividade que legitima a ordem social existente; assim, alguns rituais midiatizados são mais, enquanto outros são menos, consensuais e menos unificadores, tanto em suas ações quanto em seus resultados na mídia.

Desta forma, para embasar a sua teoria, bem como para desmistificar o conceito de ritual, Cottle primeiro discursa em defesa do “ritual”, dadas as profundas suspeitas que o rodeiam dentro do discurso acadêmico midiático, assim, ele utiliza as teorias de Durkheim como base, pois esses escritos são profundos até hoje, mesmo que exijam uma profunda reflexão; para Cottle, é necessário uma leitura neodurkheimiana de ritual como uma “sociedade em ação”, mas que também antecipa a capacidade de construir solidariedades particularizadas ou “públicos” por meio da criação de símbolos sagrados e mobilização de sentimentos coletivos, além de fornecer a base para uma visão de ritual mais dinâmica temporalmente e politicamente contestada.

Posteriormente, conceitua-se de forma mais profunda o conceito de rituais midiatizados, além de discursar de forma significativa sobre seis abordagens teóricas, tanto estabelecidas quanto emergentes, denominadas respectivamente “pânico moral”, “eventos midiáticos” celebrados, “eventos midiáticos” contestados, “desastres midiáticos”, “escândalos midiatizados” e “crises públicas midiatizadas” e todos constituem subclasses de “rituais midiatizados”, ajudando a refinar nossa compreensão em relação às maneiras variadas como os rituais midiatizados estão envolvidos na vida pública da sociedade contemporânea; assim, cada teoria ajuda a fundamentar e validar a conceituação de rituais midiatizados.

🇬🇧 The article ‘Mediatized rituals: beyond manufacturing consent’, by Simon Cottle, of 2006, challenges traditional views on the power of the media and its role in manufacturing consent. Cottle explains how mediatized rituals intervene in contemporary life, influencing solidarities and moral ideas. The author discusses six theoretical approaches, like moral panic and mediatized public crises, to understand how those rituals are present in contemporary public life.

🇪🇸 El artículo «Mediatized rituals: beyond manufacturing consent», de Simon Cottle, del 2006, desafía visiones tradicionales sobre el poder de los medios y su rol en la formación del consentimiento, influyendo en solidaridades e ideas morales. El autor discute seis enfoques teóricos, como el pánico moral y las crisis públicas mediatizadas, para comprender cómo estos rituales están presentes en la vida pública contemporánea.

Compartilhe

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn
Veja mais

Publicações relacionadas

Ex-Machina: Instinto Artificial

Ana Laura Aviz, Resenhista do LABTEC O filme Ex-Machina: Instinto Artificial, dirigido por Alex Garland, é uma ficção científica de 2015 que aborda não somente

Coded Bias

Eduarda Pena, Tradutora do LABTEC O documentário “Coded Bias”, dirigido pela diretora de cinema Shalini Kantayya, retrata a estigma presente na ausência de representatividade das